UOL Jogos - Tudo sobre games e Jogos onlineUOL Jogos - Tudo sobre games e Jogos online
UOL BUSCA

Últimas Notícias

22/05/2009 - 19h59

Novo "Batman" empolga e surpreende; UOL testou

CLAUDIO PRANDONI
Colaboração para o UOL
Quando anunciado em agosto do ano passado, o game de ação "Batman: Arkham Asylum" foi recebido com um misto de expectativa e apreensão. O filme "Batman - O Cavaleiro das Trevas" havia estreado há pouco tempo nos cinemas e não teve game acompanhando o lançamento, sinal de que talvez não houvesse demanda por um novo jogo do Homem-Morcego.

Da mesma forma, as produtoras envolvidas não inspiravam muita confiança, como a Eidos, que então não apresentava boa saúde financeira, e o estúdio novato Rocksteady com poucos registros notáveis no currículo - sendo o principal trabalho da equipe britânica o mediano "Urban Chaos: Riot Response".

Pelo lado positivo, o título possui grandes nomes envolvidos no projeto. O roteiro é assinado por Paul Dini, roteirista renomado por diversos gibis e desenhos animados da DC, notavelmente o seriado conhecido aqui no Brasil como "Batman: A Série Animada". Por sinal, os dubladores originais do desenho repetem o trabalho aqui, com destaque para Kevin Conroy, conferindo voz imponente a Batman, e Mark Hamill, ator eternizado pelo papel de Luke Skywalker no cinema que aqui faz impecável atuação do vilão Coringa.

A convite da Warner Bros., tive oportunidade de jogar por cerca de duas horas uma versão prévia da edição para PlayStation 3 de "Batman: Arkham Asylum". Ao que tudo indica, o lado heróico do Morcegão será forte o bastante para bater o pessimismo que assombra o game.

Santas referências, Batman!

"Arkham Asylum" acerta em cheio ao tomar emprestado diversos elementos de vários games e franquias de sucesso. Jogada arriscada pois poderia render um título fragmentado, composto de boas ideias, porém mal executadas - uma espécie de colcha de retalhos. Contudo, sobrou competência para a Rocksteady equilibrar essas inspirações e conferir personalidade própria à jornada do Cavaleiro das Trevas.

A história começa com Batman escoltando Coringa para a prisão de Arkham após capturá-lo. O herói suspeita da facilidade com que conseguiu pegar o palhaço e acerta na desconfiança: tudo não passa de uma armadilha do vilão que prende o herói dentro do lugar e ainda por cima liberta todos os detentos - incluindo vilões memoráveis, tais quais Bane e Hera Venenosa. No controle do Morcegão, o objetivo é por fim ao plano do Coringa e salvar as pessoas inocentes que encontrar pelo caminho.

Logo de cara, a inspiração mais clara (e já atestada pelos produtores) é "BioShock". A direção de arte sombria e requintada do jogo de tiro em primeira pessoa ecoa em todos os corredores de Arkham, resultando em um ambiente vívido e detalhado.

A atenção a minúcias é impressionante, incluindo efeitos de luz realistas, sujeira pelos cenários, texturas bem definidas e uma composição de ambientes inteligente. Certas partes dão a impressão de que não se trata de um lugar construído especificamente para um jogo, mas a recriação de um edifício real.

Por se tratar de um jogo de ação, "Arkham Asylum" apresenta grande foco nos combates. A referência aqui são os jogos das séries "Prince of Persia", "Splinter Cell" e "God of War". Batman apresenta agilidade e fluidez de movimentos dignas do príncipe árabe. O herói geralmente é encarado por grupos de no mínimo três bandidos (mas há bandos com o dobro disso e até mais) e os controles contribuem para enfrentá-los com facilidade.

Não há sistema de trava de mira, mas nem faz falta: basta apontar na direção do inimigo e atacar para Batman golpear na direção dele, bastando mudar a direção para o Morcegão seguir o comando e emendar uma investida naquela direção.

Tal qual em "Prince of Persia", as lutas exigem atenção às dicas visuais dos adversários. Batman dispõe de três comandos básicos nas lutas: ataque, contra-ataque e golpe com a capa (que atordoa os oponentes). Cada um é mais eficiente para vencer determinados tipos de investida, aplicando certa dose de estratégia às lutas. Ou seja, lutar é fácil e divertido, mas não dispensa uma dose de desafio inteligente.

O lado "Splinter Cell" transparece de forma sutil na possibilidade de eliminar inimigos sorrateiramente. Elementos do cenário podem ser usados para se esconder - como gárgulas nas paredes e buracos no chão - e assim nocautear os bandidos de forma silenciosa.

Do guerreiro espartano Kratos, de "God of War", vem um sistema de evolução de habilidades. Combos rendem pontos de experiência. Acumule bastante e adquira um nível, o que por sua vez permite comprar uma nova melhoria para Batman. A seleção vai desde mais energia até golpes inéditos.

Um lugar perfeito para o Coringa


O maior detetive do mundo

Nos gibis Batman é apresentado com essa alcunha, mas até então ela nunca fora muito bem explorada nos jogos eletrônicos. Tal falha é sanada em grande estilo em "Arkham Asylum".

Não é por menos: a equipe claramente tomou como inspiração o sistema de 'scan' da série "Metroid Prime", da Nintendo. Ao toque de um botão muda-se para o modo investigador e novos detalhes surgem na tela. É possível averiguar quantos inimigos estão na sala, com quais armas, que estado emocional (nervoso, calmo...), dispositivos para acionar e outros tantos detalhes. Informações adicionais podem ser obtidas ao escanear propriamente elementos determinados.

Um exemplo na demonstração é quando o Comissário Gordon é sequestrado por um bandido. Para achar o lugar do cárcere, deve-se ir até o local onde o sequestro ocorreu e investigar. A inspeção revela que o bandido bebia uísque e assim deixou um rastro de hálito alcoólico pelo caminho. Posteriormente, o rastro acaba, mas Batman encontra fumaça deixada por um cachimbo de Gordon e a nova trilha leva o herói até o policial.

Outro uso inteligente é na resolução de enigmas propostos pelo vilão Charada. Durante a aventura Batman é auxiliado pela personagem Oráculo (a antiga Batgirl) que fornece dicas via rádio (quase como um codec da série "Metal Gear"). Em certo ponto o Charada invade o sistema e propõe desafios. Para resolver, é necessário interpretar a pergunta e assim escanear um certo elemento do cenário - como se fosse uma foto. O bacana é que tais quebra-cabeças aparecem em diversos momentos, propiciando missões extras e uma variedade à rotina de exploração e combates.

Ainda na porção "Metroid" do game, há uma série de apetrechos diferentes - claro, as bat-bugigangas. Bumerangues servem como armas de combate e também para ativar botões distantes e cortar cordas. Outro item é um gel explosivo, que permite detonar paredes frágeis. Tal qual nas aventuras de Samus, cada vez que se consegue um item novo torna-se possível acessar locais novos em áreas já visitadas, incentivando a exploração e marcando bem a característica de Arkham como um ambiente livre para se explorar.

Ainda no departamento de extras, há uma série de itens para colecionar - seja fisicamente no universo do jogo ou como material extra. Troféus do Charada espalhados pelo edifício lembram os pombos de "GTA IV" e conforme se avança são liberados perfis de personagens (acompanhados por uma bela ilustração e detalhes bacanas, como a primeira aparição em gibis) e até troféus tridimensionais de objetos, a exemplo do Batmóvel (alguém falou de "Super Smash Bros. Brawl"?).

Citei "BioShock" e torno a lembrá-lo: guardadas as devidas proporções, Arkham lembra o espírito de Rapture. Não se trata apenas de um cenário de jogo, mas sim um ambiente crível que serve de palco para aquela aventura específica. Dessa forma, Arkham conta com detalhes que não são cruciais para a mecânica, mas compõem uma experiência de jogo imersiva. Por exemplo, cada ala da prisão conta com vídeos exclusivos transmitidos em televisores espalhados pela área. Neles passam comerciais do lugar e entrevistas extensas com médicos da casa.

Outro detalhe: os inimigos conversam entre si e respondem de forma dinâmica aos acontecimentos. Caso você esteja escondido os assuntos vão desde a confiança no Coringa até o medo do Morcegão. Se estiver em pleno combate ou fugindo deles, os inimigos provocam ou conversam entre si questionando o esconderijo do herói. Tipo de detalhe que agrega valor à obra.

Por fim, a parte técnica dá um show, questionado veementemente o estigma de que jogos de super-heróis são títulos genéricos e medíocres (no máximo medianos) feitos às pressas. Destaque para o belo trabalho de iluminação, que confere aparência tenebrosa a Arkham, e as texturas extremamente detalhadas e definidas. As animações não comprometem e chamam atenção nos combates pelos movimentos elaborados do Cavaleiro das Trevas.

A promessa do morcego

Pode parecer excesso de empolgação, mas fato é que mesmo com cerca de três meses para o lançamento "Batman: Arkham Asylum" já se apresenta como um dos mais promissores jogos de super-herói dos últimos tempos.

O game busca inspiração em conceitos consagrados de séries diversas para criar uma personalidade própria e consegue isso com sucesso. Além disso, há boa variedade de estilos de jogo e o ritmo da aventura é agradável, sempre oferecendo algo diferente para fazer - sem contar, claro, o próprio carisma do herói e o universo habitado por vilões marcantes e equipamentos bacanas.

Vale lembrar que o game ainda conta com desafios extras em arenas fechadas e promete conteúdo extra para download, como fases exclusivas para PlayStation 3 com o Coringa como personagem jogável.

"Batman: Arkham Asylum" tem lançamento previsto para o final do terceiro trimestre em versões para Xbox 360, PlayStation 3 e PC.

Produtor demonstra cenas de combate

Compartilhe:

    Receba Notícias

    JOGOS ONLINE

    Shopping UOL

    UOL Jogos no TwitterMais twitters do UOL
    Foots - Jogo social online para Orkut
    Hospedagem: UOL Host